domingo, 21 de fevereiro de 2016

Por que exercícios ficam mais fáceis com música?


Com a chegada da primavera, milhares de atletas de ocasião correm às academias para perder as gordurinhas adquiridas no inverno, tentando entrar em forma a tempo para o verão. Mas não importa qual seja a modalidade de exercício escolhida, um instrumento está quase sempre presente, tanto quanto os tênis e as roupas de ginástica: a música.
Mas afinal, o que é que a música e os exercícios têm que combinam tão bem? Vários estudos recentes tentam entender a relação entre nossos pés e ouvidos, e há 20 anos o psicólogo de esportes Costas Karageorghis estuda esta conexão.
Além de seus estudos em laboratório, Karageorghis ajudou a criar uma maratona em Londres que tenta encontrar a combinação perfeita de músicas para as corridas, com bandas tocando ao vivo. A segunda edição anual da maratona “Run to the Beat” (“Correndo no ritmo”, em tradução livre) contou com 9 mil maratonistas – ou cobaias -, correndo ao som da banda ou de seus próprios tocadores de mp3.
De acordo com o pesquisador, existem quatro fatores que contribuem às qualidades motivadoras de uma música: resposta ao ritmo, musicalidade, impacto cultural e associação.
Os dois primeiros fatores são considerados internos, já que são relacionados à estrutura da música, enquanto os outros dois são externos, que refletem como interpretamos a música. A resposta ao ritmo está ligada às batidas por minuto (bpm) da canção e como ela se encaixa na cadencia dos batimentos cardíacos do corredor. A musicalidade, por sua vez, está ligada à melodia e harmonia da música.
Os efeitos exteriores levam em conta as experiências e preferências musicais das pessoas e as associações que fazemos com certos artistas e músicas.
A escolha da música perfeita
Escolher a música certa para os exercícios pode ter muitos benefícios: segundo um estudo recente, sincronizar as batidas da música com o ritmo do exercício ajuda a aumentar sua eficiência. Na pesquisa, participantes que pedalavam no ritmo da música utilizaram 7% menos oxigênio que quando pedalam sem a música.
A música também pode ajudar a calar aquela voz na sua cabeça que diz que é hora para parar de se exercitar. Pesquisas mostram que este efeito resulta em uma redução de 10% no esforço percebido durante exercícios na esteira.
No estudo realizado por Karageorghis, 30 participantes sincronizaram o ritmo da corrida ao da música, que era de 125 bpm. Antes do experimento, foi feito um questionário para selecionar a música utilizada no testes, e os participantes puderam escolher entre música pop e rock. Quando comparados com outros que se exercitaram sem música, os atletas tiveram uma performance 15% mais eficaz.
“A aplicação sincronizada da música resultou em uma maior resistência, enquanto as qualidades motivacionais da música tiveram impacto significante sobre a interpretação da fadiga no momento da exaustão voluntária”, diz o pesquisador.
De acordo com o estudo, quando o coração dos atletas está atuando entre 30 e 70% da sua capacidade máxima, eles preferem um aumento linear de músicas entre 90 e 120 bpm. Já quando as pessoas atingem entre 70 e 80% do seu máximo, preferem um ritmo entre 120 e 150 bpm. Quando chegamos a um nível acima de 80%, atingimos um limite, e não preferimos músicas mais velozes.
Outro estudo recente, realizado na Universidade John Moores, em Liverpool, olhou para a questão do ritmo com um ângulo diferente. Um grupo de ciclistas voluntários pedalou ao som da mesma música durante três testes diferentes. O que eles não sabiam é que a música foi tocada primeiro na velocidade normal, depois em um ritmo 10% mais lento, e depois mais rápido. A pequena mudança não é suficiente para ser notada pelos participantes, mas afeta seus desempenhos.
A aceleração da música aumentou a distância percorrida em um mesmo tempo e a intensidade das pedaladas. A diminuição do ritmo, por sua vez, causou uma queda de 3,8% na distância percorrida pelos ciclistas, além de 9,8% na força das pedaladas.
Encontrar a música perfeita para o seu exercício pode ser mais fácil agora, com um plug-in chamado Tangerine. Quando integrado à biblioteca do iTunes, ele faz uma playlist baseada nas batidas por minuto que você desejar, arrumando a ordem das músicas para aumentar e diminuir as bpms, para o aquecimento e relaxamento.

PLAYLIST: 

1. “Float On,” by Modest Mouse
2. “Let It Rock,” by Kevin Rudolf feat. Lil Wayne
3. “Jessie’s Girl,” by Rick Springfield
4. “Music Is My Hot, Hot Sex,” by CSS
5. “Such Great Heights,” by The Postal Service
6. “Can’t Stop,” by Red Hot Chili Peppers
7. “A-Punk,” by Vampire Weekend
8. “I’m So Excited,” by The Pointer Sisters
9. “Are You Gonna Be My Girl,” by JET

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